
À Organização das Nações Unidas
Sr. António Guterres
Secretario-geral da Organização das Nações Unidas
A pandemia da COVID-19 e o seu impacto na situação económica e social exige a convergência de vontades e esforços ao nível internacional, para que estes sejam superados, no respeito dos direitos e da soberania dos
povos de todo o mundo.
Assume, pois, particular significado o importante exemplo de países, como a China, Cuba ou a Rússia, que escolheram, deste o primeiro momento, o caminho da solidariedade e da cooperação, enviando profissionais de saúde e equipamentos médicos para alguns dos países mais afetados pela pandemia do novo coronavírus.

Em plena pandemia da COVID-19 no mundo, a Administração dos EUA, presidida por Donald Trump, acaba de dar mais um autêntico golpe contra a Venezuela e o povo venezuelano, ao acusar o seu legítimo Presidente, Nicolas Maduro, e outros responsáveis venezuelanos, de um alegado envolvimento em ‘tráfico de drogas’, sem que tenha sido apresentada uma qualquer demonstração que possa sustentar esta alegação, e ao estabelecer uma recompensa de 15 milhões de dólares por informações que levem à sua detenção e/ou condenação.
Os EUA, com a cumplicidade do Governo da Colômbia, insistem na mais miserável provocação e na infame conspiração contra a Venezuela e o Governo presidido por Nicolas Maduro, depois do FMI ter recusado o apoio de 5 mil milhões de dólares à Venezuela para fazer face à COVID-19, numa criminosa postura que revela a mais completa indiferença pelas eventuais consequências da pandemia para o povo venezuelano, assim como para a comunidade portuguesa que vive neste país.

Num apelo dirigido ao Secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, representantes permanentes junto da ONU de oito países – República Popular da China, República de Cuba, República Islâmica do Irão, República Árabe da Síria, República Popular Democrática da Coreia, Federação da Rússia, República Bolivariana da Venezuela e República da Nicarágua – sublinham a necessidade de, face à pandemia global resultante do COVID-19 e do seu grave impacto negativo no bem-estar dos povos, pôr cobro urgentemente às medidas coercivas unilaterais – sanções e bloqueios – que afetam mais de um terço da humanidade.
A descoberta, em menos de um ano, de vacinas para a COVID-19 é uma demonstração cabal do avanço científico e técnico que marca o nosso tempo, tão mais relevante quanto os especialistas garantem que a vacinação massiva da população é a medida mais importante para superar a atual situação pandémica e salvar milhões de vidas.
Acontece que a distribuição de vacinas é tudo menos equitativa. Países economicamente mais desenvolvidos põem em risco uma distribuição equitativa das vacinas, privando os povos dos países mais pobres deste importante instrumento de saúde pública. Ao mesmo tempo que a vacinação já se iniciou e se desenvolve rapidamente em alguns países, muitos outros não receberam nenhuma vacina. Esta atitude contrasta com aquela que foi assumida pela Rússia, China e Cuba, que já manifestaram a intenção de distribuir as suas vacinas pelos países mais pobres da América Latina, África e Ásia.