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A solidariedade com a Revolução e o povo cubanos fez-se ouvir bem alto no dia 15, junto à Embaixada daquele país em Lisboa. Na concentração, promovida pelo CPPC em parceria com a CGTP-IN e a Associação de Amizade Portugal-Cuba (a que se juntaram outras organizações), denunciou-se o bloqueio e a instrumentalização dos problemas por este causados para desestabilizar Cuba e abrir caminho a novas e mais graves ofensivas contra a sua soberania e as condições de vida do seu povo.
Nas intervenções de Gustavo Carneiro (CPPC), Libério Domingues (CGTP-IN), Eduardo Fonseca (AAPC) e Simão Bento (da Associação Projeto Ruído) valorizou-se a solidariedade que Cuba presta aos povos de todo o mundo, nomeadamente mas não só no plano da assistência médica, e rebateu-se as mentiras veiculadas pela generalidade da comunicação social, que chega ao ponto de mostrar imagens de outros países como se fossem de Cuba ou de propositadamente confundir manifestações massivas em defesa da Revolução como se se tratassem de protestos.
«Cuba Sim! Bloqueio Não» e «Cuba Vencerá» foram algumas das palavras de ordem entoadas.
Intervenção do CPPC
Cuba não está só! Como poderia estar só um povo e uma Revolução que tanto deram e dão aos povos do mundo? Como poderia estar só quem durante as últimas seis décadas fez da solidariedade, da amizade e da cooperação o dia-a-dia da sua política externa? Que o digam os povos de Angola e da África do Sul, cuja liberdade e independência foram defendidas e alcançadas com a ajuda determinante de Cuba; que o digam os milhares de venezuelanos e bolivianos alfabetizados por professores cubanos, os filhos de camponeses e operários, tantos netos de escravos, que na ilha socialista se fizeram médicos, cientistas, engenheiros; que o digam os habitantes da Serra Leoa, da Libéria, da Guiné Equatorial, que durante as graves epidemias de Ébola tiveram ao seu lado os médicos cubanos, e apenas eles; ou os italianos que no pico da epidemia de COVID-19, e face ao colapso do seu sistema de saúde, contaram com a intervenção rápida, eficiente e decisiva do Contingente Médico Cubano Henry Reeve. Que o digam os revolucionários do mundo inteiro, perseguidos nos seus países e que ali encontraram sempre um acolhimento solidário e um local a que puderam chamar casa. E tantos outros exemplos que poderíamos dar…
Não, Cuba não está só, nunca estará só!
Cuba vencerá! Aliás, Cuba vence todos os dias, desde que há mais de 60 anos ousou trilhar um caminho soberano, digno e corajoso. Antes da Revolução de Janeiro de 1959, Cuba era um imenso bordel, um enorme casino, onde se divertiam milionários e mafiosos norte-americanos. Hoje, é um país livre, com elevados índices de desenvolvimento humano, de fazer corar de vergonha muitos países ditos desenvolvidos.
Em Cuba, e contrário da maioria dos países da América Latina e das Caraíbas, ninguém dorme na rua, não há crianças a catar lixo para sobreviver, a saúde é para todos, a educação é generalizada, a infância e a velhice são protegidas: a esperança de vida à nascença é das maiores do mundo, a medicina é altamente desenvolvida (pese embora as enormes carências provocadas pelo bloqueio), a taxa de formação universitária é impressionante.
Como é evidente, nada do que aqui se acabou de dizer oculta as dificuldades e as carências, provocadas por um bloqueio económico, comercial e financeiro – ilegal, imoral e criminoso que dura há 60 anos – a que acrescem os efeitos da pandemia. Um bloqueio que pretende matar à fome um povo como forma de punição colectiva, como arma política. Um bloqueio que transforma a aquisição de aspirinas, ventiladores ou máscaras cirúrgicas numa autêntica epopeia; que encarece significativamente o abastecimento de combustível, que impede o acesso de crianças cubanas a medicamentos ou tratamentos médicos. Sim, o bloqueio mata e os criminosos têm nome: o imperialismo norte-americano, as sucessivas administrações – incluindo as de Trump e de Biden – e os que o apoiam!
Já vimos este filme antes e conhecemos o seu desfecho. Sabemos bem o significado da falsa ajuda humanitária e libertadora dos Estados Unidos da América. Sabem-no ainda melhor os povos do Iraque e da Líbia, que eram Estados com elevados índices de desenvolvimento e que depois dessa mesma dita ajuda, dessa mesma libertação, hoje confrontados com a pobreza, a miséria, a ausência de direitos. Conhecem-no bem demais os povos do Brasil, do Chile, da Argentina, da Bolívia, do Paraguai, das Honduras, da Nicarágua, que não esquecem os tempos da sinistra Operação Condor, das torturas, dos assassinatos, dos milhares que pura e simplesmente desapareceram, mas também do neoliberalismo selvagem que se seguiu e da devastação social que provocou. Tudo apoiado, preparado e organizado pelos Estados Unidos da América.
Ou, mais recentemente, os golpes no Paraguai, na Bolívia, no Brasil, nas Honduras, o bloqueio à Venezuela, a desestabilização na Nicarágua. Para o imperialismo norte-americano, a América Latina é o seu pátio das traseiras, é sua propriedade.
O guião é sempre o mesmo: aperta-se o cerco económico, cavalgam-se as dificuldades por este causadas, manipula-se a informação e, apresenta-se a dita solução – o golpe, a intervenção humanitária, a invasão. Sempre mas sempre embrulhado em belas palavras – a democracia, a liberdade, os direitos humanos, precisamente aquilo que brutalidade da ingerência e da agressão desrespeita e violenta.
Cuba resiste há mais de 60 anos ao bloqueio dos EUA, derrotou invasões mercenárias, enfrentou atos de terrorismo, sabotagens e mil e uma provocações, desmantelou inúmeras tentativas de assassinato dos seus dirigentes, em particular do Comandante Fidel Castro. Resistirá também a mais esta ofensiva, orquestrada a partir do exterior.
O povo cubano é um povo consciente, participativo, revolucionário. Defende a Revolução, que é sua e que constrói todos os dias. Saberá uma vez mais estar à altura dos desafios. Sempre e cada vez mais com a nossa solidariedade – pelo fim do bloqueio, pelo direito à soberania, pela cooperação entre povos, que Cuba exerce todos os dias.
Cuba vencerá e com ela venceremos!